Ativo nas redes sociais, Serginho Veiga compartilha momentos de sua vida, carreira e conquistas no Instagram. Em um desses registros, em março do ano passado, o paratleta de 21 anos da seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas postou uma foto no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, durante o Jogo das Estrelas do NBB CAIXA 2024. O que ele não esperava era estar presente novamente na edição de 2025, na Arena UniBH, em Belo Horizonte, só que agora competindo contra lendas como Marquinhos, Shamell e companhia.
Serginho em ação pela seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas. Foto: Arquivo Pessoal
Serginho foi convidado para participar do Torneio de 3 pontos CAIXA. O evento acontece nos dias 21 e 22 de março. “Não consigo nem imaginar como será essa minha experiência, mas acho que vai ser um mix de sentimentos: felicidade, ansiedade, um pouco de frio na barriga, em pensar que toda a comunidade do basquete do Brasil estará com a atenção toda em mim. Fiquei muito feliz com o convite e honrado de poder representar o basquete em cadeira de rodas. Estou muito empolgado, empenhado em dar meu máximo e surpreender. Esse desafio só me motiva cada vez mais a querer ser melhor e treinar muito mais”, disse o paratleta da seleção brasileira, que contou um pouco de como foi sua vivência no JDE 2024, no Ibirapuera.
“Foi uma experiência única. Nunca tinha ido antes, foi uma festa linda, me diverti muito e pude estar perto dos melhores jogadores do nosso país. A cada momento que se passava, eu me encantava cada vez mais. Todos que amam o basquete deveriam ir algum dia ao Jogo das Estrelas, porque é surreal. Só estando lá para saber o sentimento de presenciar esses dias. E ainda foi muito melhor porque eu ainda tive a oportunidade de participar dos dois dias. A experiência foi completa”, afirmou.
Natural de Curitiba, no Paraná, Serginho nasceu com mielomeningocele, que é um defeito na formação do tubo neural. É uma condição congênita, que ocorre durante o desenvolvimento embrionário, geralmente nos primeiros 28 dias de gestação. O primeiro contato com o basquete foi em um stand de arena esportiva na Reatech, reconhecida feira de acessibilidade da América Latina.
Ele iniciou sua carreira na Associação Desportiva para Deficientes, em São Paulo, aos 8 anos. Aos 13, já competia oficialmente e, dois anos depois, conseguiu o primeiro All-Star na segunda divisão do Campeonato Brasileiro, sendo o melhor jogador na sua posição e classificação. Atualmente, Serginho defende o ADD/Magic Hands e é tricampeão brasileiro e tricampeão paulista e o melhor jogador da sua posição desde 2022.
Serginho esteve presente no Jogo das Estrelas de 2024, no Ginásio do Ibirapuera. Foto: Arquivo Pessoal
Com tanto talento, Serginho, claro, foi convocado para defender o Brasil. O primeiro chamado para atuar pela seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas foi com apenas 18 anos, participando da Copa América e do Mundial Sub-23. Apesar de jovem, ele também exerceu o papel de líder, sendo escolhido o capitão da equipe.
No ano passado, no Jogo das Estrelas 2024, realizado no Ginásio do Ibirapuera, o convidado para participar do Torneio de 3 pontos CAIXA foi Juninho, que teve oportunidade de competir ao lado de atletas do NBB CAIXA, como Augusto, Davi Rossetto, Gaskins, Gui Deodato, Hettsheimer, Jimmy, Lucas Lacerda, Malcolm Miller, Paulichi e Vezaro.
A inclusão de Juninho na disputa do ano passado representou um marco significativo para a promoção da diversidade e inclusão no basquete nacional, mostrando que o esporte é para todos, independentemente de suas condições físicas. Serginho pôde acompanhar de perto o desempenho do companheiro e sabe o tamanho da importância do convite da Liga Nacional de Basquete.
“Essas participações, tanto minha quanto do Juninho no ano passado, são muito importantes para nossa modalidade. O Juninho pôde mostrar o quanto o basquete em cadeira de rodas é impressionante e faz parte dessa comunidade do basquete, e que muitas pessoas não faziam ideia de que existia. Eu posso agregar muito mais também neste ano e mostrar tantas outras coisas que nós conseguimos fazer. Será importante dar essa divulgação que o nosso basquete em cadeira de rodas merece ter. Quanto mais pessoas conhecerem nossa modalidade, é melhor e vamos cada vez mais crescer para poder se tornar uma potência mundial”, finalizou Serginho.
O Jogo das Estrelas 2025 é um evento organizado pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal, parceria oficial do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais de Copasa e Governo de Minas, Penalty e Valmont, patrocínios Paraty Energia, Blink e Tereos – Açúcar Guarani – e UMP e apoio da Lei de Incentivo ao esporte e Governo Federal.
